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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

[.a máquina e eu.]

Geralmente tento ser uma pessoa legal, divertida, amiga.Depois de 30 anos de IRC confesso que tem dias que não é fácil segurar tantas perdas.Me vejo no espelho e a imagem refletida não é nem em sonho a pessoa que fui um dia.Vou administrando os problemas com uma resistência enorme, me acostumando com a imagem do espelho.

Me acostumei às agulhas e ao ambiente hospitalar, que se torna parte da minha casa.A hemodiálise é um tratamento invasivo e cruel, que me renova a cada dia.Preciso daquela máquina como preciso do meu coração.Ela é parte de mim, como aquelas pessoas que trabalham naquele ambiente.

Hoje desabafo minhas dores e me entristeço ao saber que há tanta gente precisando passar por isso todos os dias.Nas mãos de pessoas, que as vezes não sabem lidar com pessoas...






Um comentário:

Anônimo disse...

Preciosa Lu,
Gostei muito do seu texto! Simples, sincero e humano.
Gostei tanto que postei no meu blog: http://fabiopereira.wordpress.com/2010/03/10/a-maquina-e-eu/ Revelar nossas dores também é um ato de coragem, ainda mais nestes dias onde o que vale é ser "vencedor"... Tolice este modelo de vencedores onde só uns pouco são "eleitos", enquanto a maioria padece fora destes padrões. A verdadeira vitória está naquelas pessoas que vivem o conteúdo de cada dia apresentado pela vida e/ou criado por nós.
Que a graça de Deus nos ajude a lidar com pessoas como pessoas devem ser tratadas: com amor, sempre!
Força, esperança e fé!
Com carinho,
Fabio Pereira